Sedimento fino

Sou argila,
sedimento fino em suspensão.
Toda intempérie me carrega.
Parte de mim é erosão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nota

A vida é como uma árvore frutífera.
Os frutos são palavras
Que eu posso colher
E preparar uma poesia

A vida vem em onda. Tudo é onda.

No universo tudo é justo
E tudo se encaixa
Tudo se encontra
E se separa

Nada é casual.

É tudo uma grande conspiração.

Nota

Ser ou estar poeta

Nem sempre sou poeta.
Também é bom fantasiar
Viver a vida
sem questionar
Não indagar

O olhar crítico sobre o universo
Sentí-lo a todo instante
É do brio do poeta
Para mim
Momentos são o bastante

Nem sempre sou poeta.
Às vezes é bom
Viver como a maioria
Na fantasia
Da vida no escuro

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sem título

Num dia desses
Acabei percebendo
Que necessito de mais tempo
Comigo mesmo
Todos nós, na verdade!
Para que sejamos capazes
De rever a velha criança
- O mundo transforma!,
ele tem essa capacidade
E eu digo: As pessoas se transformam
E culpam o mundo
Que apenas tendencia
E sejamos fortes!
Sejamos sólidos!
E que, com toda a primazia,
conservemos nossas têmperas
Fervamos nossos tépidos corações!,
camaradas, semelhantes...
Rasguemos essa roupa!
Fiquemos desnudos
E sintamos sobre a pele
O mundo
Para lembrar
De quem há muito
Fomos
E esquecemos
É preciso exercitar!
Resgatar
Aquilo que nascemos
E, quem sabe,
nascer outra vez.

domingo, 13 de junho de 2010

Questionamentos

O que é verdade?

Esse brilho que vem de longe
Ou esses olhos que o enxergam?
Ou será que tudo não passa de um conflito
Entre o passado e o presente?
E o futuro é uma criança
Olhando o seu relógio.

O Cipreste e o Solo

Há pessoas tão maravilhosas nesse mundo.

Elas vêm vestidas
de largas e coloridas
mantas de alteração.

São solos que abrigam
profundas raízes
de uma floresta de amizades.

Estão em constante pedogênese.

Não importam as adversidades.
Não importa o clima árido.
Sempre cabe mais uma ...

Árvore.

Sem título

Essa pseudo paz...
Essa pseudo tranquilidade...
Me encanta esse recanto.
Tudo parece tão calmo
O balanço harmonioso dessas copas
O vento soprando suavemente
Carros a trafegar, esporadicamente
Pela avenida e vias secundárias à minha frente
Ruídos de gente
Vozes de folhas
Fogos de artifício?!
Só agora percebo
Que a paz reside em mim
No meu corpo cansado
Sem forças
Insustentável
E essa calmaria enigmática
Que me cobre como uma manta acústica
Me acolhe
E me protege
Dos ruídos do mundo