Sedimento fino

Sou argila,
sedimento fino em suspensão.
Toda intempérie me carrega.
Parte de mim é erosão.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os dentes de Gabriela

Cada vez que conversamos é um novo beijo.
E quando a vejo, provo um tanto.
E sempre saio atordoado
dos devaneios em milissegundo:
Beijos virtuais em mente
quando me perco mirando seus lábios.
E como quem mente
digo que são seus dentes
os responsáveis pela grande viagem.
São os dentes dela,
de Gabriela cor-de-canela,
que me abrem a janela
e me fornecem a caravela
para que eu viaje nela.

domingo, 28 de novembro de 2010

Reflexões

A humanidade vem se consolidando como um elemento cada vez mais volumoso na natureza. Daqui de cima vejo ambas acontecerem. Ora entrelaçadas, ora paralelas. Na superfície a humanidade evolui. Fauna e flora se opõem aos prédios no cenário da cidade. E na verdade que dita que tudo passa, levanto uma questão: Quem passará primeiro, homem ou natureza?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sem título

Nunca tive vergonha de falar dessas coisas. Talvez seja por isso que arrisco ser poeta.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sem título

Esta minha penitência me trouxe paz. Deixei tudo lá. Tudo. Não mais tento retirar a flecha: Aquela, que me fez romeiro -caminho com ela em mim. E sim, estou bem. Estou bem com a minha flecha. Porque ela agora faz parte de mim. Mas não estarei em minha catedral para sempre. E a volta para a selva me amedronta. É como acordar em meio a uma noite fresca e agradável, sem o conforto do sono para voltar a sonhar. Regressarei sim, só não sei se com a flecha ou apenas com uma cicatriz.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sem título

O amor, em mim, age feito anel...
...Que entra e não quer mais sair.
E os meus dedos são sinuosos
da base à extremidade.