um bichano de face perigosa.
Um bichano que me deixa falar
e que me lambe as feridas.
Cura os meus tempos,
passados e, agonizantemente, presentes.
Ah, bichano-rei do contato
e do cisalhamento.
Da pele de talco.
Dos olhos de lua côncava minguante.
Nosso mundo é um palco de reféns.
Porém, quando do roçar
do teu corpo no meu, bonita,
a ilusão da liberdade
torna-se a nossa realidade,
por entre panos, sedas, tacos, baianos e caetanos.
E, até então, a tua face perigosa de predador
já me cativou.
E eu, presa desavergonhada,
me atiro em teu ninho de amor.
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