Sedimento fino

Sou argila,
sedimento fino em suspensão.
Toda intempérie me carrega.
Parte de mim é erosão.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Um passeio pelo universo e pela vida

Há muito o que dizer. Por enquanto, segue um texto inacabado e ainda não revisado:


A vida é um fenômeno simples de entender quando a interpretamos como produto da interação/reação da energia com a matéria. Esse fenômeno é passageiro e o seu produto ocupa um lugar no espaço. Então, falamos, até agora, em quatro grandezas/dimensões básicas: Energia, espaço, tempo e matéria. Essas quatro grandezas/dimensões compõem o universo, coexistindo, mas nunca se misturando. Grandezas de mesma natureza tendem a aglomerar-se em bandas/faixas/zonas, formando uma "estratificação" no universo (que considero ser um campo bandado, composicionalmente, sendo que existem, pelo menos, quatro tipos de bandas, que correspondem as quatro grandezas/dimensões do nosso universo). A energia, por vezes, reage com a matéria, utilizando-a como hospedeira. No fenômeno da vida, a matéria se transforma antes da energia e pode se desagregar, resultando no que se entende, comumente, na "morte" do indivíduo*. Quando da desagregação da matéria, a energia contida nela tende a retornar ao seu estado de maior equilíbrio, num sistema unidimensional, fora do antigo sistema. O antigo sistema se configura como uma "zona de fraqueza", onde as interações energia/matéria tendem a ocorrer com maior facilidade. Analogamente, essa zona de fraqueza corresponde a um plano de foliação ou falha, por onde fluidos podem circular com maior facilidade. Por vezes, ocorre algo como uma descarga elétrica, que pode ser fruto de um desequilíbrio provocado na interface dos planos unidimensionais matéria/energia. E, então, porções de energia retornam a uma condição de outrora e se ligam, novamente, a porções de matéria em zonas de fraqueza existentes em todo o universo, dando continuidade a esse fenômeno que, possivelmente, é cíclico. A "individualidade" é uma criação do ser e, sendo mais direto, do ser humano, que interpretou esse fenômeno da forma mais simples, seguindo o raciocínio mais prático e cômodo para explicar uma suposta marca que diferencia cada ser. Na minha opinião, essa marca, entendida como individualidade, faz parte do fenômeno da vida, observado em escala de maior detalhe. Aumentando o detalhamento, é possível observar "marcas" mais peculiares, como as emoções, a intuição, o comportamento, a tendência de um "indivíduo" a realizar certos atos, como violência e atividades de risco, ou a viver pacíficamente. Nego, então, a partir de um ponto de vista mais amplo, a individualidade, pois considero toda matéria, contendo vida ou não, toda energia, o espaço que tudo ocupa e a passagem de tudo isso, como componentes que coexistem num único sistema, formando uma trama em que todos os elementos estão interligados. Uma pessoa que alcance esse entendimento tende a transmitir e difundir pela sociedade tal iluminação, caso a matéria em que se encontra (ou a sua mente) suporte. Um outro exemplo de interação de duas grandezas é a curvatura da luz, onde a matéria reage com o espaço, curvando-o.
O conceito de universo é comumente pensado dentro do modelo do Big-Bang que, como todo modelo teórico, possui falhas. A falha que encontrei nesse modelo nos conduz a supor a existência de um "nada" que havia antes da explosão, e a insistir na definição e caracterização desse nada. Acredito que, mesmo que superássemos a capacidade atual do nosso cérebro, não seja possível explicar o nada. A impotência que o ser humano sente em não conseguir explicar o nada, pode ter motivado a criação de muitas crenças, mas esse é um campo que prefiro não adentrar. Para mim, o nada é apenas o nada. Nada mais. E, se a expansão do universo for mesmo cíclica, ora o nada envolve o universo, ora o universo envolve o nada. Atualmente, vivemos a vez do universo e o nada há de retornar, um dia.





*Entendido, segundo um ponto de vista comum, como um ser peculiar, possuidor de características únicas, que o diferenciam dos outros indivíduos.

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