Sedimento fino

Sou argila,
sedimento fino em suspensão.
Toda intempérie me carrega.
Parte de mim é erosão.

domingo, 1 de maio de 2011

Cordilheira da dor

Estou desequilibrado.
Hoje e tanto como jamais estive.
A conversão de tristeza em letras não é possível.
E cresce, cresce, aquela dor familiar de tantos outros versos.
E crescem, crescem, os meus versos de poemas salgados e amargos.
Crescem, crescem, toda a azia e dor no peito, das angústias e dos temíveis pesadelos.

E, de todo o mal estar, há de sempre dobrar. Há de sempre transformar.
O universo é, no mínimo, dual e, onde há positivo, há negativo.
Onde há o mau, há sempre o bem para equilibrar.
Peço desculpas ao mundo pelos versos.
Esses versos de dois lados.
Versos equilibrados.

5 comentários:

  1. O universo é, no mínimo, dual e, onde há positivo, há negativo.
    Onde há o mau, há sempre o bem para equilibrar.


    é como vc mesmo disse em um outro poema: No universo tudo é justo e tudo se encaixa.
    Quanto ao desequilíbrio, caro poeta, ele é necessário a vida! Mas troque esta energia por outra melhor ^^

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  2. Por que os poetas têm que ser assim?
    Tão amargos? tão tristes e tão profundos?

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  3. Algumas pessoas, além de serem pessoas, são poetas. E, como qualquer pessoa, como gente que é, o poeta está sujeito as características de gente, de ser humano. E a maioria dos seres humanos trabalha melhor certas idéias sob pressão. No caso do poeta, ser humano que é, e no caso de um ser humano comum, escreve melhor sob pressão. Sob a pressão da tristeza e da melancolia angustiantes.

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