terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Sem título
Sou tempestade,
devasto.
Mas devasto com emoção,
com romantismo,
com fantasia.
Bagunço tudo.
Sem rédeas!
E assim passo
e passo
e passo...
Nunca duro muito.
Me torno instável,
encapsulado,
e explodo.
Não há como segurar
sem luvas
a panela fervendo,
borbulhando exageros.
Desatino.
Excesso.
E acabou.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Você na minha casa
É uma honra para mim
ter você aqui, na minha casa,
no meu lar,
nos meus sonhos,
onde as coisas acontecem,
onde eu sou mais eu.
Uma grande honra.
Sabes que tens o eterno convite
de desbravar o matagal
e que eu aguardo o momento
de ser teu bandeirante.
Aguardo o momento
em que toda essa mata
esteja fechada
porém, pedindo para ser
aventurada.
ter você aqui, na minha casa,
no meu lar,
nos meus sonhos,
onde as coisas acontecem,
onde eu sou mais eu.
Uma grande honra.
Sabes que tens o eterno convite
de desbravar o matagal
e que eu aguardo o momento
de ser teu bandeirante.
Aguardo o momento
em que toda essa mata
esteja fechada
porém, pedindo para ser
aventurada.
sábado, 25 de dezembro de 2010
Sem título
A busca desenfreada por uma certa "maturidade" leva o ser humano a enclausurar aquela velha criança. Tem gente que mal sorri. Pobres músculos faciais. Pobres mortais. É aquela velha criança que adocica os momentos amargos. É aquela velha criança que aquece os instantes gelados. Mas o que dizer daqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer a sua velha criança? Triste. Triste como a vida os privou ou como são uns bons filadaputas desde pequenos.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Natal
Natal é mais Natal com criança no lar.
Saudade de quando eu era descaradamente enganado por meus pais, ano após ano, no dia vinte e quatro de dezembro. Num ano, Papai Noel chegava pelos fundos. N'outro, Papai Noel chegava pela porta da frente. Engraçado como uma criança tão esperta como eu nunca desvendou -ou pelo menos nunca quis se decepcionar com a verdade- o mistério do fato de a minha mãe nunca estar com o meu pai no instante da chegada do velhinho barbudinho e sua trupe de duendes. Fé, camaradas. Fé de criança. Os presentes ao pé da árvore eliminavam todo o ceticismo.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Sem título
Essa vez não é que nem a outra... Aquela outra.
Mais um pacote de 365 dias fechado. Embrulhado e engavetado. Arquivado. Salvo uma cópia para os meus e deixo o original em meu hagadê de trocentos terabaites. Um conselho para tantos: Cuidem dos teus. O que seria de vós sem eles nos momentos sombrios? O que seria do equilíbrio de um dia solitário de véspera de véspera de Natal sem o conforto de uma amizade? Mesmo que em Barreiras. Mesmo que no Multiplex com uma pequena. Mesmo que no Portal da Chapada Diamantina ou num Riacho... de Santana. O que seria desse equilíbrio sem um som gravado por baianos novos na década de setenta? "Esse é só o começo do fim da nossa vida...". E muita aventura há pela frente.
Mais um pacote de 365 dias fechado. Embrulhado e engavetado. Arquivado. Salvo uma cópia para os meus e deixo o original em meu hagadê de trocentos terabaites. Um conselho para tantos: Cuidem dos teus. O que seria de vós sem eles nos momentos sombrios? O que seria do equilíbrio de um dia solitário de véspera de véspera de Natal sem o conforto de uma amizade? Mesmo que em Barreiras. Mesmo que no Multiplex com uma pequena. Mesmo que no Portal da Chapada Diamantina ou num Riacho... de Santana. O que seria desse equilíbrio sem um som gravado por baianos novos na década de setenta? "Esse é só o começo do fim da nossa vida...". E muita aventura há pela frente.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Não se engane comigo
Eu sou uma tentativa.
Estou sempre tentando,
rabiscando, esboçando.
Não passo de um rascunho.
Não passo de um passo
não dado.
Não passo.
Fico.
Sou uma tentativa.
Tento ser um ser
que ainda não sou.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Sem título
Eu nasci pra ser pra dentro.
Pensar pra dentro.
Cantar pra dentro.
Chorar pra dentro.
Amar pra dentro.
Eu sou pra dentro.
E nasci
praserprasempradentro.
Não interessa ao mundo
o meu interior.
Não interessa a ninguém
saber de amor.
Só interessa realizar
movimentos motores básicos
e destilar
eufóricas enzimas.
Pensar pra dentro.
Cantar pra dentro.
Chorar pra dentro.
Amar pra dentro.
Eu sou pra dentro.
E nasci
praserprasempradentro.
Não interessa ao mundo
o meu interior.
Não interessa a ninguém
saber de amor.
Só interessa realizar
movimentos motores básicos
e destilar
eufóricas enzimas.
domingo, 5 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Os dentes de Gabriela
Cada vez que conversamos é um novo beijo.
E quando a vejo, provo um tanto.
E sempre saio atordoado
dos devaneios em milissegundo:
Beijos virtuais em mente
quando me perco mirando seus lábios.
E como quem mente
digo que são seus dentes
os responsáveis pela grande viagem.
São os dentes dela,
de Gabriela cor-de-canela,
que me abrem a janela
e me fornecem a caravela
para que eu viaje nela.
domingo, 28 de novembro de 2010
Reflexões
A humanidade vem se consolidando como um elemento cada vez mais volumoso na natureza. Daqui de cima vejo ambas acontecerem. Ora entrelaçadas, ora paralelas. Na superfície a humanidade evolui. Fauna e flora se opõem aos prédios no cenário da cidade. E na verdade que dita que tudo passa, levanto uma questão: Quem passará primeiro, homem ou natureza?
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Sem título
Esta minha penitência me trouxe paz. Deixei tudo lá. Tudo. Não mais tento retirar a flecha: Aquela, que me fez romeiro -caminho com ela em mim. E sim, estou bem. Estou bem com a minha flecha. Porque ela agora faz parte de mim. Mas não estarei em minha catedral para sempre. E a volta para a selva me amedronta. É como acordar em meio a uma noite fresca e agradável, sem o conforto do sono para voltar a sonhar. Regressarei sim, só não sei se com a flecha ou apenas com uma cicatriz.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Sem título
O amor, em mim, age feito anel...
...Que entra e não quer mais sair.
E os meus dedos são sinuosos
da base à extremidade.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Somos todos sedimentos
Na vida não temos controle de nada, no final das contas. Optar por viver é optar por ser refém do universo, que nos carrega como se fôssemos sedimentos. Somos constantemente remobilizados, retrabalhados, desgastados, desbastados, lixiviados, enriquecidos... De todo modo, iremos para o fundo do manto, um dia. Ou para a atmosfera. Ou desaguar em oceano qualquer. De todo modo, não somos nós que escolhemos. De sempre, o universo é que controla.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sem título
Surdo.
Cego.
Mudo.
Caminha nu
aquele ser humano.
Para ele, a carne já não importa.
Marcha.
Como quem fora programado:
A alma é o seu guia.
Na fantasia
vive a sua vida.
Mesmo que sofrida,
insistente vida.
-Oh, ser humano!
O universo tanto gasta
para retroceder os teus ponteiros.
E continuas a marchar.
A missão é passar.
A missão é viver.
A missão é prosseguir.
Mesmo apanhando.
Mesmo que venha a dar bicho.
Mesmo que o tomem as trepadeiras.
Arde uma chama
que ora o envolve com tamanha intensidade,
que elimina as impurezas.
-Oh, ser humano sonhador!
Oh, ser humano de fé.
Como continuas de pé?
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Sem título
Algumas palavras reverberam sem atrito até agora
aqui, dentro da minha cabeça.
Palavras
que ouvimos por aí.
Ainda ecoam dentro de mim.
Já rebateram nos meus pés,
ricochetearam por minhas extremidades.
Marcaram até os meus ossos.
E tocam feito sinos na minha caixa craniana.
Palavras proibidas. Ou não!
Palavras agudas, mas verdadeiras,
que não gostamos de ouvir.
Trombetas nos tímpanos.
Serralheria nos estribos,
bigornas palavras,
martelam minha mente.
Surdo serei quando aqueles dentes
aqui, dentro da minha cabeça.
Palavras
que ouvimos por aí.
Ainda ecoam dentro de mim.
Já rebateram nos meus pés,
ricochetearam por minhas extremidades.
Marcaram até os meus ossos.
E tocam feito sinos na minha caixa craniana.
Palavras proibidas. Ou não!
Palavras agudas, mas verdadeiras,
que não gostamos de ouvir.
Trombetas nos tímpanos.
Serralheria nos estribos,
bigornas palavras,
martelam minha mente.
Surdo serei quando aqueles dentes
morderem a minha alma.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Sobre gatos
A gente tem uma mania de achar que todo gato (Felis domesticus) é vadio e fácil. Conheço gatos sérios: Kakaroto é um bom exemplo; gato de poucas palavras, sempre centrado em suas atividades felinas e bichanas, hoje pai de quatro filhos (eram cinco, um morreu) -e um pai cuidadoso, sempre por perto, embora tenha ouvido relatos de pessoas próximas que se ele tivesse a chance, devoraria seus filhos. Mas enfim... O conheço desde criança, quando lá na R1 chegou. Sempre teve esse jeito sereno de ser, não gosta muito de contatos e é aí que quero chegar: Achamos que todo gato é uma putinha, sempre querendo um carinho. Não é bem assim. Todo ser humano (Homo sapiens sapiens) é alegre? Somos todos hostis? Todos curiosos? Todos amorosos? Todos ranzinzas? Todos ganhamos na Mega Sena? Todos...? Todos? Não. Com os gatos funciona do mesmo jeito.
Outro gato que conheço é o tal do Periquito: Rapaz sensacional, tem a alma pura de uma criança pura. Tão amoroso esse menino... A ele pedi um milagre: Segredo. Estou aguardando.
Sem título
Sozinho,
como quem realiza um mergulho rápido e objetivo
no meio da solidão
do negro e vasto oceano,
que se estica e se espraia
-foge para as bordas
após o toque do meu corpo solitário
em suas águas-,
enquanto eu me comprimo
e me recolho no fundo,
depois do mergulho certeiro:
Avante ao centro da Terra!
Mergulho certeiro aonde o oceano se esvazia,
como se fugisse de mim,
inundando todo o continente.
Estou só:
Submerso num oceano vazio.
Cercado de água salgada
e louca pra me devorar,
pois tudo é onda.
Hoje sou uma ilha em extinção.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Sobre o que é humano II
Dois corpos se misturam.
Duas almas se entrelaçam.
E os quatro coexistem
até onde dá.
E quando não dá...
Cautela,
ou corpo e alma
ou corpo sem alma.
Sobre o que é humano I
Corpo e alma coexistem.
Corpo e alma se misturam
e desmisturam.
Corpo e alma se confundem
e tumultuam.
E quando se rompem...
Cautela,
ou só corpo
ou só alma.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Sem título
Eu tento
passar sentimento
-às vezes até consigo passar-
de passados tão passados
e repassados nessa tábua...
As palavras são o meu veículo
para a minha máquina ideal.
Como aquela
da revolução industrial,
da física de Carnot.
Só que não.
Cem por cento é ilusão.
Por tudo,
por nada,
as palavras tentam.
Por sempre
eu tentarei
descrever o meu mundo.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Sem título
É preciso tempo.
Mais tempo para que me conheça.
Aviso que a mata aqui é densa
e que é necessário um facão.
E talvez eu apareça
da neblina.
Dentre as coníferas ornamentadas
sou o cajueiro dos galhos retorcidos,
espalhado pelo chão.
E de tudo o que pode um corpo oferecer
sou mais coração.
Mais tempo para que me conheça.
Aviso que a mata aqui é densa
e que é necessário um facão.
E talvez eu apareça
da neblina.
Dentre as coníferas ornamentadas
sou o cajueiro dos galhos retorcidos,
espalhado pelo chão.
E de tudo o que pode um corpo oferecer
sou mais coração.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Fora um delírio
Olho pro céu e lembro da longa espera.
Lembro da minha certeza, tão estranha certeza
que, assim como as palavras, não sei de onde vinha.
Tão fina certeza, tecida em fio aracnídeo.
Tão fina certeza, grande e terrível interrogação,
combustível da esperança.
Por onde anda a lucidez
de quem recorre a um risco noturno no céu?
Por onde anda o chão
para os pés de quem deposita sonhos no céu?
Por onde anda o mar
que não reflete o céu?
Olhando para esse céu vejo a interrogação da cauda do escorpião,
que faz-me lembrar do combustível da esperança,
que é fio tão aracnídeo quanto a estranha certeza.
É corda bamba enrolada no espaço meado.
Hoje, num universo paralelo, olho para um céu concorrente,
onde a espera cessou-se,
a certeza confirmou-se,
a interrogação metamorfizou-se,
a lucidez anda cada vez mais perdida
ao passo de estar cada vez mais presente,
os pés plantam-se no chão, seguros,
o mar reflete o céu e cada variação de suas cores.
Fora um delírio.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Sem título
Ca-mi-la,
mi-le-va,
mi-la-ça.
Que-me-cai-ba-a-su-a-pes-so-a.
Que-me-tre-pe-a-su-a-he-ra.
Ca-mi-la,
mi-le-va,
mi-la-ça.
Lá-me-cha-mou-e-nem-sa-be.
Lâ-mi-na-de-fu-ma-ça...
Sem título
De repente,
no repouso do olhar,
manso, distraído,
eis que surge aquela que o ergue
e o mirar retraído.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Pós-Guerra
Estou a olhar,
de longe,
a minha cidade arrasada.
Aqui no alto,
nos morros,
o vento sopra o meu rosto.
Não ouço nada.
Apenas vejo, sereno,
os meus cadáveres
empilhados
por toda a cidadela.
Os muros e os portões
destroçados.
Não restara pedra sobre pedra.
Mas estou aqui,
surdo,
mudo,
sereno,
nos morros do meu reino.
E meus cadáveres,
hei de queimar.
A cidadela,
abandonar.
Os destroços...
O tempo dirá
que tudo passa
mesmo sendo de pedra.
E enquanto passa,
eu caminho
e espalho pelo caminho
sinais de futuras guerras.
de longe,
a minha cidade arrasada.
Aqui no alto,
nos morros,
o vento sopra o meu rosto.
Não ouço nada.
Apenas vejo, sereno,
os meus cadáveres
empilhados
por toda a cidadela.
Os muros e os portões
destroçados.
Não restara pedra sobre pedra.
Mas estou aqui,
surdo,
mudo,
sereno,
nos morros do meu reino.
E meus cadáveres,
hei de queimar.
A cidadela,
abandonar.
Os destroços...
O tempo dirá
que tudo passa
mesmo sendo de pedra.
E enquanto passa,
eu caminho
e espalho pelo caminho
sinais de futuras guerras.
domingo, 5 de setembro de 2010
Monazita
Você é rara.
Um fôlego onde não há ar.
Rara,
feita do que enche meus pulmões.
Rarefeita é a humanidade,
às alturas:
Altas altitudes,
poucas atitudes,
raras virtudes.
Aqui,
perto dessa praia monazítica,
onde me falta o ar,
jazem
idas e vindas pelo mundo.
Aí, onde se concentra monazita,
jazida de amor,
reina um ser maravilhoso
que é você,
que sopra os meus pulmões.
Um fôlego onde não há ar.
Rara,
feita do que enche meus pulmões.
Rarefeita é a humanidade,
às alturas:
Altas altitudes,
poucas atitudes,
raras virtudes.
Aqui,
perto dessa praia monazítica,
onde me falta o ar,
jazem
idas e vindas pelo mundo.
Aí, onde se concentra monazita,
jazida de amor,
reina um ser maravilhoso
que é você,
que sopra os meus pulmões.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Sem título
Eu luto contra algo
que não há quem possa.
Tento manter-me erguido,
rijo,
fincado ao substrato
feito braquiópodo.
Pedúnculo pende, balança.
E a tempestade me leva,
me varre, me carrega,
me arrasta
da face da Terra.
Me levanto todos os dias.
Todos os dias sou dizimado.
Quando vou entender a vontade maior?
Sem título
Um dia resolvi me organizar, parar de escrever na mão, na porta do guarda-roupa, em folhas soltas, de trás pra frente, digitar em "rascunhos" no celular... Acabei descobrindo que muita coisa se perdeu. Ontem encontrei algo que escrevi há mais ou menos 3 anos. Diz respeito a pureza de modo geral, a realidades distintas e paralelas, pontos de vista.
O puro nas pessoas,
a pureza na mente.
Filosofia do inocente
no mundo se faz presente
numa corda bamba.
O puro em terra firme:
Componente do universo.
A pureza, duvidosa,
se esconde em cada verso:
Contra capa da mente.
Verso do orgânico,
do psíquico do ser consciente,
que dita o puro anacrônico
[que acha que o mundo da frente
é diferente da gente inocente que ficou]
e não mais olha para trás.
Como um câncer, o homem, que há muito tempo vem sendo assim rotulado, destrói cada célula de pureza existente no organismo da Mãe-Terra.
[Cego com objetivos de "bem-estar-acomodado", visando evolução, avanço, progresso, tendendo cada vez mais ao individualismo.
O homem é orgulhoso, tem vergonha de olhar para trás. Olhar para um tempo em que a pureza era comum e se fazia presente nas mentes das pessoas.
O homem poda, reprime e oprime quem se atreve a pensar como no tempo em que chegou.
E quem se atreve a ser e ter consciência de que é puro? Ser, todos o são. Ter consciência é uma novidade nos tempos atuais. É um dom de poucos.]
No entanto, cada célula de pureza sempre será pura.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Sem título
Você definha assim desse jeito.
Esse teu estilo
só te faz envelhecer
mas não te traz rugas
e nem amanhecer.
-Por que não respira fundo?
-Enche teu peito!
Com ares de renovação.
Pois nunca é tarde pra rever.
Como se faz alguém feliz?
Sendo,
sem deixar de ser?
(Algum lugar em 2006)
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Sem título
As mãos que estrangulam
o rebelde coração
são as mesmas que abafam
o grito crítico
da dor fanerítica.
Dor que me acompanha
de mãos dadas
e mente atada.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Sem título
Por você eu faço tudo.
Por você eu me aplico.
Por você eu me complico.
E você sabe bem disso.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Equívoco no Porto da Barra
Castigante como esse sol
acima de mim
Me rasga como velcro
Se solta
e me corta,
me arranha
como arame no cetim
Me olha d'um oasis
Vê um humilde perdedor
Vê aquele que se transporta
de amor a amor.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Uma lembrança
Numa noite,
como um eletrochoque,
uma lembrança me reavivou.
Deu pra sentir o calor
daquele dia
no caminho, na mata.
Deu pra sentir o coração,
vermelho e pulsante
no meu peito atrofiado.
O verde, a luz,
a dupla,
tonalidade de pele.
Eu estava lá
novamente
naquele caminho, na mata.
Deu pra sentir a sua presença
no caminho...
Deu pra sentir a sua falta.
domingo, 8 de agosto de 2010
Sem título
Meu animal
protesta o tempo inteiro.
Meu sábio me aconselha
aceitar a minha maneira.
Esse é vitorioso.
Lâmpada acesa
Chamariz de mariposa.
Mesmo tão distante
atraiu-me
Mesmo tão distante
atraiu-me
num crisálido instante.
Desde então sou casulo
à espera
Desde então sou casulo
à espera
de ser reativado
por um toque delicado
de asas de borboleta.
por um toque delicado
de asas de borboleta.
(Algum lugar em algum lugar)
Mais do mesmo (Crisálida)
Ela voa por aí
ou o vento que a leva
para longe,
numa lufada
que arrasta essa menina,
tão leve menina
das asas de fada.
Sopro qualquer é fita
que tira de perto de mim
essa criatura mais leve que o ar,
que eu peno em tocar
mas não alcanço
pois não sei voar
na mesma altura.
ou o vento que a leva
para longe,
numa lufada
que arrasta essa menina,
tão leve menina
das asas de fada.
Sopro qualquer é fita
que tira de perto de mim
essa criatura mais leve que o ar,
que eu peno em tocar
mas não alcanço
pois não sei voar
na mesma altura.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Reflexão
O Deus Tempo apenas passa...
Numa noite, choveu sobre mim um lembrete: O tempo passa e a gente não percebe. Mas é possível surfar nas suas ondas. Cortar a superfície das suas águas. Ser sábio. Viver. Num eventual desequilíbrio, mergulhe, retorne à praia. Confie na atração Terra – Lua. Confie na maré. Certamente haverá outra onda.
Na vida, nós temos perdas e ganhos, sempre. Sorte e azar, vitórias e derrotas... Destino, universo, Deus. Chamemos como mais agradar. Mas viva a sua vida com sabedoria. Seja feliz. Batalhe pelo que é seu, camarada. Cuide do seu rebanho. Amor, família, amigos, paixões... Cuide da sua vida! Senão o tempo te engole. E te cospe no Reino do Tarde. Não conhece? Então ainda há tempo pra ti.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Sem título
Quando um pernilongo se alimenta do meu sangue,
percebo que estou acordado.
Me irrita mais saber
que meu sangue fora dragado em vão.
Me irrita mais que o seu legado: A coceira.
Quando o vento bate na roupa do varal,
percebo que realmente sou eu neste corpo.
Apreciar fenômeno deveras simplório
a ponto de ir participar,
se misturar,
o que não tenho feito com tanta habilidade
no domínio dos seres humanos,
na sociedade.
Mas ainda prefiro um pernilongo
como sendo a pedra no meu sapato
a um asteróide no meu quintal:
Os problemas deste mundo
que tanto me fazem mal.
Prefiro morar com os pernilongos.
Serviria um pouco do meu sangue a eles
todos os dias
em troca de paz.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Sem título
Eis aqui a flor esquartejada
Num solo ressecado
Castigado
Pelo sol de cada dia
O solo já não merece esse fardo:
Sustentar um ser despedaçado
As pétalas não regressam.
Eis aqui a pétala desmembrada
Ressequida, desidratada
D'uma flor quase despida
Pela vida
Pela abelha da vez
Rainha da despedida
Prova o nectar e vai-se embora
sábado, 24 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Naamá No Mar
Duas criaturas
Dois parceiros
Dois irmãos
Dois semelhantes
Tão distintos
Tão distantes
Duas peças disformes
De um quebra-cabeças
Ora se encaixam
Ora truncam
Trincam
As criaturas
Os olhares
Os sorrisos
Hoje são dois
Hoje.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Trechos de trechos
... Ele a deseja tanto, naquele momento. Ele a observa, analisa cada parte, cada tonalidade (da pele rósea de sol, dos cabelos loiros, dos lábios brasis, dos olhos sapecas). É! Aquela criatura de estatura tão singela é furtada naquele momento pelo observador. É absorvida por completo por seus órgãos sensoriais. É tragada como o ar do campo, sintetizada como a luz nas folhas, é alimento para os olhos, é combustível para o observador. É filtrada por sua percepção e olha onde ela vem parar: Ela passa para o outro lado. Aqui, neste momento-papel. Aqui, nas palavras do observador...
(Algum lugar em 2007)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Sem título
Se o mar fosse doce
Eu o salgaria de lágrimas
Lágrimas de um amor perdido, distante
Alimentam o mar que navego só
Não há ilha, nem porto, nem cais
Eu deságuo todos os dias e só há sal
Nada mais
(Algum lugar em 2008)
Eu o salgaria de lágrimas
Lágrimas de um amor perdido, distante
Alimentam o mar que navego só
Não há ilha, nem porto, nem cais
Eu deságuo todos os dias e só há sal
Nada mais
(Algum lugar em 2008)
Sem título
Um momento único
É quando me deito pra dormir
É quando sou mais eu
No resto do dia
Sou muito das influências dos outros
Pois o mundo tendencia
Sou muitos
Tentar ser puro nessas horas
É como dar braçadas
Ofegantes braçadas contra a maré
E, a noite, tudo começa outra vez
É quando eu regresso
À minha pequena ilha
É quando o tempo escoa ao contrário
Até amanhecer
É quando me deito pra dormir
É quando sou mais eu
No resto do dia
Sou muito das influências dos outros
Pois o mundo tendencia
Sou muitos
Tentar ser puro nessas horas
É como dar braçadas
Ofegantes braçadas contra a maré
E, a noite, tudo começa outra vez
É quando eu regresso
À minha pequena ilha
É quando o tempo escoa ao contrário
Até amanhecer
sábado, 3 de julho de 2010
Nota de falecimento
Ultimamente ando gritando
E ninguém me ouve
Porque não estou aqui
Eu estou lá
E se desse para ouvir
Seria numa nota de socorro
Eu grito numa nota só
Minha nota de socorro
Minha nota de falecimento
Dos sentidos, do corpo, mas nunca da alma
Ultimamente venho perdendo a cor?
Não!
Ultimamente MEUS OLHOS não vêem cor
Já não lembro do doce ou do salgado
O que ficou foi o azedo e o amargo
Aos quais fui predestinado
Queria poder ver a lua mais uma vez
Na minha tela onde só há escuridão
Queria poder entoar outras notas
Tudo agora se resume a uma torneira pingando
Eu estou como ela
Entoando uma nota só
(Algum lugar entre 2007 e 2008)
E ninguém me ouve
Porque não estou aqui
Eu estou lá
E se desse para ouvir
Seria numa nota de socorro
Eu grito numa nota só
Minha nota de socorro
Minha nota de falecimento
Dos sentidos, do corpo, mas nunca da alma
Ultimamente venho perdendo a cor?
Não!
Ultimamente MEUS OLHOS não vêem cor
Já não lembro do doce ou do salgado
O que ficou foi o azedo e o amargo
Aos quais fui predestinado
Queria poder ver a lua mais uma vez
Na minha tela onde só há escuridão
Queria poder entoar outras notas
Tudo agora se resume a uma torneira pingando
Eu estou como ela
Entoando uma nota só
(Algum lugar entre 2007 e 2008)
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Nota
A vida é como uma árvore frutífera.
Os frutos são palavras
Que eu posso colher
E preparar uma poesia
A vida vem em onda. Tudo é onda.
No universo tudo é justo
E tudo se encaixa
Tudo se encontra
E se separa
Nada é casual.
É tudo uma grande conspiração.
Os frutos são palavras
Que eu posso colher
E preparar uma poesia
A vida vem em onda. Tudo é onda.
No universo tudo é justo
E tudo se encaixa
Tudo se encontra
E se separa
Nada é casual.
É tudo uma grande conspiração.
Nota
Ser ou estar poeta
Nem sempre sou poeta.
Também é bom fantasiar
Viver a vida
sem questionar
Não indagar
O olhar crítico sobre o universo
Sentí-lo a todo instante
É do brio do poeta
Para mim
Momentos são o bastante
Nem sempre sou poeta.
Às vezes é bom
Viver como a maioria
Na fantasia
Da vida no escuro
Nem sempre sou poeta.
Também é bom fantasiar
Viver a vida
sem questionar
Não indagar
O olhar crítico sobre o universo
Sentí-lo a todo instante
É do brio do poeta
Para mim
Momentos são o bastante
Nem sempre sou poeta.
Às vezes é bom
Viver como a maioria
Na fantasia
Da vida no escuro
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Sem título
Num dia desses
Acabei percebendo
Que necessito de mais tempo
Comigo mesmo
Todos nós, na verdade!
Para que sejamos capazes
De rever a velha criança
- O mundo transforma!,
ele tem essa capacidade
E eu digo: As pessoas se transformam
E culpam o mundo
Que apenas tendencia
E sejamos fortes!
Sejamos sólidos!
E que, com toda a primazia,
conservemos nossas têmperas
Fervamos nossos tépidos corações!,
camaradas, semelhantes...
Rasguemos essa roupa!
Fiquemos desnudos
E sintamos sobre a pele
O mundo
Para lembrar
De quem há muito
Fomos
E esquecemos
É preciso exercitar!
Resgatar
Aquilo que nascemos
E, quem sabe,
nascer outra vez.
Acabei percebendo
Que necessito de mais tempo
Comigo mesmo
Todos nós, na verdade!
Para que sejamos capazes
De rever a velha criança
- O mundo transforma!,
ele tem essa capacidade
E eu digo: As pessoas se transformam
E culpam o mundo
Que apenas tendencia
E sejamos fortes!
Sejamos sólidos!
E que, com toda a primazia,
conservemos nossas têmperas
Fervamos nossos tépidos corações!,
camaradas, semelhantes...
Rasguemos essa roupa!
Fiquemos desnudos
E sintamos sobre a pele
O mundo
Para lembrar
De quem há muito
Fomos
E esquecemos
É preciso exercitar!
Resgatar
Aquilo que nascemos
E, quem sabe,
nascer outra vez.
domingo, 13 de junho de 2010
Questionamentos
O que é verdade?
Esse brilho que vem de longe
Ou esses olhos que o enxergam?
Ou será que tudo não passa de um conflito
Entre o passado e o presente?
E o futuro é uma criança
Olhando o seu relógio.
Esse brilho que vem de longe
Ou esses olhos que o enxergam?
Ou será que tudo não passa de um conflito
Entre o passado e o presente?
E o futuro é uma criança
Olhando o seu relógio.
O Cipreste e o Solo
Há pessoas tão maravilhosas nesse mundo.
Elas vêm vestidas
de largas e coloridas
mantas de alteração.
São solos que abrigam
profundas raízes
de uma floresta de amizades.
Estão em constante pedogênese.
Não importam as adversidades.
Não importa o clima árido.
Sempre cabe mais uma ...
Árvore.
Elas vêm vestidas
de largas e coloridas
mantas de alteração.
São solos que abrigam
profundas raízes
de uma floresta de amizades.
Estão em constante pedogênese.
Não importam as adversidades.
Não importa o clima árido.
Sempre cabe mais uma ...
Árvore.
Sem título
Essa pseudo paz...
Essa pseudo tranquilidade...
Me encanta esse recanto.
Tudo parece tão calmo
O balanço harmonioso dessas copas
O vento soprando suavemente
Carros a trafegar, esporadicamente
Pela avenida e vias secundárias à minha frente
Ruídos de gente
Vozes de folhas
Fogos de artifício?!
Só agora percebo
Que a paz reside em mim
No meu corpo cansado
Sem forças
Insustentável
E essa calmaria enigmática
Que me cobre como uma manta acústica
Me acolhe
E me protege
Dos ruídos do mundo
Essa pseudo tranquilidade...
Me encanta esse recanto.
Tudo parece tão calmo
O balanço harmonioso dessas copas
O vento soprando suavemente
Carros a trafegar, esporadicamente
Pela avenida e vias secundárias à minha frente
Ruídos de gente
Vozes de folhas
Fogos de artifício?!
Só agora percebo
Que a paz reside em mim
No meu corpo cansado
Sem forças
Insustentável
E essa calmaria enigmática
Que me cobre como uma manta acústica
Me acolhe
E me protege
Dos ruídos do mundo
domingo, 30 de maio de 2010
Dia do Geólogo
Diz respeito a uma experiência de campo (geologia estrutural)...
Tudo o que os nossos olhos hoje podem ver e que não nos foi possível presenciar... Um grande paradoxo da existência humana nos olhos da geologia.
Sem contar que...
...A emoção do caminhar. Abaixo de nós, sob os nossos pés, à nossa volta, acima de nós. Aflora a verdade. Afloram as testemunhas do passado, mudas e sólidas como pedras, frias, com tanto a dizer. O que nos cabe é escutar seus relatos mudos.
Parabéns, geólogos! Parabéns.
A geologia é "foda pra caralho".
Tudo o que os nossos olhos hoje podem ver e que não nos foi possível presenciar... Um grande paradoxo da existência humana nos olhos da geologia.
Sem contar que...
...A emoção do caminhar. Abaixo de nós, sob os nossos pés, à nossa volta, acima de nós. Aflora a verdade. Afloram as testemunhas do passado, mudas e sólidas como pedras, frias, com tanto a dizer. O que nos cabe é escutar seus relatos mudos.
Parabéns, geólogos! Parabéns.
A geologia é "foda pra caralho".
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Sem título
Aqui estou, à beira-amar
Um peixe à beira-mar
À margem das águas regressas
Salgadas de angústias imersas
Nesse canal anímico de turbidez
Aqui estou, à beira-amar
Um peixe à beira-mar
A sonhar águas transgressas
Tsssssssssssssssssssss...
Certo do ciclo da maré.
Um peixe à beira-mar
À margem das águas regressas
Salgadas de angústias imersas
Nesse canal anímico de turbidez
Aqui estou, à beira-amar
Um peixe à beira-mar
A sonhar águas transgressas
Tsssssssssssssssssssss...
Certo do ciclo da maré.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Sem título
Sente
Sente e deixa entrar
Que entre!
Deixa fluir pelos sensíveis capilares emocionais
Rumina!
Rumina mais uma vez
Sintetiza o excepcional
Saboreia a vida.
Sente e deixa entrar
Que entre!
Deixa fluir pelos sensíveis capilares emocionais
Rumina!
Rumina mais uma vez
Sintetiza o excepcional
Saboreia a vida.
domingo, 16 de maio de 2010
Foram palavras de um marroquino para Damário
O homem, caçador, poeta,
é um bom ilusionista.
O homem, ilusionista, poeta,
é um bom caçador.
O homem, poeta, ilusionista, caçador,
é um grande conquistador.
é um bom ilusionista.
O homem, ilusionista, poeta,
é um bom caçador.
O homem, poeta, ilusionista, caçador,
é um grande conquistador.
domingo, 2 de maio de 2010
Viagem de campo
Os cinco. Nós e Luís. Naquela litologia, naquela unidade, naquela geomorfologia, naquele lugar... Avançando pela estrada de chão batido, cortando a área tão estudada. Tanto olhamos para esse lugar, do alto, sem cor.
De repente, tudo ganha vida e um retrato se torna calor, poeira e sede; sol, martelo e caderneta; vermelho, amarelo e branco; Barreiras, leque e duna.
O rio e o mar. O geólogo e o lugar. Encontros épicos. Fusão. Tudo pára em respeito. A Terra faz reverência, se doa, cede um pedaço de si para matar a fome do Homem, como o gado o alimenta com a sua carne.
De repente, tudo ganha vida e um retrato se torna calor, poeira e sede; sol, martelo e caderneta; vermelho, amarelo e branco; Barreiras, leque e duna.
O rio e o mar. O geólogo e o lugar. Encontros épicos. Fusão. Tudo pára em respeito. A Terra faz reverência, se doa, cede um pedaço de si para matar a fome do Homem, como o gado o alimenta com a sua carne.
domingo, 18 de abril de 2010
Sem título
O céu, por ser céu,
já é cinema mudo
Eu assisto à noite
é quando estou só no mundo.
Vejo a marcha das nuvens
As luzes ancestrais das estrelas
no seu ritmo pulsante
E seria monótono
se não fosse fascinante
A tela
De um filme que se repete
toda noite cheio de novidades
O transe
De um espectador
toda noite atraído pelos mesmos protagonistas.
A brisa
Que passa sussurrando
Convidando a voar
E é só o que me interessa
O céu
Acima da minha cabeça.
já é cinema mudo
Eu assisto à noite
é quando estou só no mundo.
Vejo a marcha das nuvens
As luzes ancestrais das estrelas
no seu ritmo pulsante
E seria monótono
se não fosse fascinante
A tela
De um filme que se repete
toda noite cheio de novidades
O transe
De um espectador
toda noite atraído pelos mesmos protagonistas.
A brisa
Que passa sussurrando
Convidando a voar
E é só o que me interessa
O céu
Acima da minha cabeça.
Dançarei sua dança
Esse meu corpo cançado
Já não obedece mais
Os sinais da mente
Apenas dança
A dança de outros corpos
E quando alcança
O pulso lento da fadiga
Descança
Para voltar a dançar.
Já não obedece mais
Os sinais da mente
Apenas dança
A dança de outros corpos
E quando alcança
O pulso lento da fadiga
Descança
Para voltar a dançar.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Abril
Nesse momento gotejam estrelas do céu
O concreto amolece
A noite escurece
A tristeza se envaidece
Nada acontece
Todos estão ao léu.
Abril
E estou vazio
O alimento apodrece
Meu cabelo não cresce
O homem padece
Nada acontece
E tudo passa
E o tempo não pára.
O concreto amolece
A noite escurece
A tristeza se envaidece
Nada acontece
Todos estão ao léu.
Abril
E estou vazio
O alimento apodrece
Meu cabelo não cresce
O homem padece
Nada acontece
E tudo passa
E o tempo não pára.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Sem título
Por mais que você não faça nada de marcante, você realizou um feito que ficou gravado naquele instante.
-----Modificado de Cipri (2010)-----
-----Modificado de Cipri (2010)-----
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Contato
Contato
é a mão que afaga,
cisalha os póros.
é a mão que afaga,
cisalha os póros.
Desliza sobre a palma,
entrelaça os dedos,
mistura a alma.
entrelaça os dedos,
mistura a alma.
É o beijo que molha a testa,
que inunda o corpo,
que alarda.
que inunda o corpo,
que alarda.
Festa!
Carnaval
que ferve o sangue.
Carnaval
que ferve o sangue.
Contato
que manifesta
com tato.
que manifesta
com tato.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Coriolis
É como boiar
Sem saber quem passa
Meu corpo ou as ondas do mar
Sem saber quem fica
Eu ou o tempo
Sem saber se há brisa
Se o ar está mesmo em movimento.
Sem saber quem passa
Meu corpo ou as ondas do mar
Sem saber quem fica
Eu ou o tempo
Sem saber se há brisa
Se o ar está mesmo em movimento.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
A volta pra casa
O velho tamarindeiro
Caixa de lembranças
Guardado, enterrado
Renasce num acaso.
O que fez o velho tamarindeiro?
Fez-me voltar [Por baixo de mim
Escalar [O abismo do esquecimento
Para tocar [Seus galhos estendidos
Como a mão dum amigo
Dispostos
Pacientemente
Me esperando para o regresso.
Caixa de lembranças
Guardado, enterrado
Renasce num acaso.
O que fez o velho tamarindeiro?
Fez-me voltar [Por baixo de mim
Escalar [O abismo do esquecimento
Para tocar [Seus galhos estendidos
Como a mão dum amigo
Dispostos
Pacientemente
Me esperando para o regresso.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Sedimento fino
Sou argila
Sedimento fino em suspensão
Toda intempérie me carrega
Parte de mim é erosão.
Sedimento fino em suspensão
Toda intempérie me carrega
Parte de mim é erosão.
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